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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Recuperação global ainda apresenta riscos.



O FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou para cima suas projeções de crescimento global e disse que a recuperação da economia após a crise financeira está melhor do que o esperado, mas ainda apresenta riscos.
"A economia global está se recuperando, e se recuperando melhor do que nós esperávamos anteriormente", disse o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, ao apresentar a nova edição do relatório World Economic Outlook, divulgado nesta quarta-feira em Washington.
Segundo Blanchard, porém, ainda há muito trabalho pela frente para que esse crescimento seja sustentado, e o principal desafio para as economias avançadas é a consolidação fiscal.
O economista citou também ajustes nas taxas de juros e um reequilíbrio da demanda global como medidas necessárias para garantir um crescimento forte.
"Estamos em uma importante nova fase da crise", afirmou.
O relatório cita como uma das principais preocupações do Fundo a falta de espaço para manobras em muitas economias avançadas.
Na terça-feira, ao divulgar o relatório Global Financial Stability Report, o FMI já havia alertado para o problema do risco soberano (risco de um governo não honrar suas dívidas) em economias avançadas, que pode ter impacto negativo sobre a estabilidade fiscal e prolongar a crise.
Recuperação
Apesar disso, o Fundo prevê crescimento de 4,2% na economia global em 2010, após contração de 0,6% no ano passado.
Essa projeção é 0,3 ponto percentual maior do que a do último relatório, de janeiro.
Para 2011, o FMI manteve a previsão de avanço de 4,3% no PIB (Produto Interno Bruto) global, já divulgada no relatório anterior.
Segundo o relatório, a recuperação ocorre em diferentes ritmos, com crescimento mais lento em muitas economias avançadas e sólido na maioria das economias emergentes e em desenvolvimento.
Projeções
Entre as economias avançadas, o FMI prevê um desempenho melhor para os Estados Unidos do que para a Europa ou o Japão.
O relatório aponta projeção de crescimento de 3,1% na economia americana neste ano, 0,4 ponto percentual acima da previsão anterior.
Para 2011, a projeção é de que o PIB dos Estados Unidos avance 2,6%, também acima da projeção de janeiro.
A zona do euro deve registrar avanço de 1% em 2010 e 1,5% em 2011, e em muitos países europeus o FMI revisou para baixo suas projeções de crescimento.
O Japão deve crescer 1,9% em 2010 e 2% em 2011, depois de retração de 5,2% no ano passado.
Medidas
Segundo o relatório, em razão do grande volume de dívida pública acumulado durante a recessão, em muitas economias avançadas a retirada das políticas de estímulo precisa estar concentrada na consolidação fiscal.
O FMI afirma que as estratégias de consolidação nas economias avançadas devem incluir prazos claros para reduzir a relação entre dívida e PIB no médio prazo.
Essas economias também devem recorrer a medidas de contingenciamento caso a deterioração nas finanças públicas seja maior do que o esperado.
"Se os avanços macroeconômicos ocorrerem como esperado, a maioria das economias avançadas deverá embarcar na consolidação fiscal em 2011", diz o relatório.
O FMI diz também que, além de políticas macroeconômicas para apoiar a recuperação no curto prazo e políticas para restaurar a saúde do setor financeiro, são necessárias medidas específicas para o mercado de trabalho, já que o desemprego permanece alto na maioria das economias avançadas.
O Fundo afirma ainda que é necessário implementar reformas para tornar o sistema financeiro mais seguro.
"Olhando além, deve haver entendimento sobre a agenda de reformas para a regulamentação do setor financeiro", diz o documento.
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Um comentário:

  1. Eu acho que todas essas informações transmitidas pelo FMI esbarram na tão temida dívida externa. O Brasil não pode dever mais do que produz. É preciso resolver o desemprego, qualificar profissionais e quitar a dívida com outros países. O foco da crise gerada pela chuva ou pelo deficit na economia não pode ser contornado, deve ser no mínimo combatido.

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