Policiais do Batalhão de Choque estão na manhã desta sexta-feira (2) na Fundação de Apoio Socioeducativo (Funase) de Abreu e Lima, no Grande Recife, depois que um menor foi morto e um agente baleado na cabeça, durante rebelião de internos, ocorrida no fim da noite dessa quinta-feira (1º). Representantes do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente e do Comitê de Combate à Tortura também estão no local para apurar os acontecimentos. Cerca de 20 internos foram levados na manhã desta sexta para a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), no bairro da Boa Vista, área central do Recife, onde irão prestar depoimentos.
O motim começou por volta das 20h e, segundo os próprios agentes, os menores infratores se aproveitaram da inexperiência dos funcionários novatos (muitos estavam no primeiro plantão) para começar o tumulto e iniciar focos de incêndio na entrada da unidade.
Por volta das 21h dessa quinta-feira, 30 soldados do Batalhão de Choque entraram na Funase, junto com homens da Companhia Independente de Operações Especiais, do 17º Batalhão e do Corpo de Bombeiros. Os militares usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para controlar os internos.
O agente ferido gravemente, Elvismar Soares dos Santos, 34 anos, levou um tiro na cabeça quando estava na guarita externa e foi retirado da unidade dentro de um carro da polícia. O tiro teria sido disparado de dentro da unidade, na hora que a polícia começava a entrar na unidade. A passagem do carro com o agente baleado deixou desesperados alguns colegas que estavam do lado de fora. Cerca de 30 funcionários trabalhavam no local na primeira noite do feriadão.
A Funase de Abreu e Lima tem 297 internos, divididos em 10 alas, mas sua capacidade seria para apenas 80 adolescente. A rebelião começou na Ala 9. Um dos agentes chegou a se trancar com os internos da Ala 5, que não aderiram à rebelião, para se proteger. Todas as salas tiveram as grades arrancadas. A enfermaria e a cozinha ficaram destruídas.
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